quarta-feira, 27 de junho de 2012

Araricá (RS)




No final do século passado e início deste, várias famílias de origem germânica se radicaram na encosta do Morro Ferrabraz, parte de um projeto de área concedida e ao Barão do Jacuí, pelo Imperador D.Pedro II, terras de imediações dos limites de São Leopoldo a Taquara, numa proposta de colonização planejada. A área rural é divida em linhas, ligando pontos de referência geográfica, chamdas travessões, subdivididas em 48 hectares e aí fixando as primeiras famílias de colonizadores.

O Barão do Jacuí a partir de 1870, loteou as terras do Amaral Ribeiro ( que na época era chamada de Ratzemberg) e Nova Palmira (Araricá). Esta última havia sido escolhida para a sede da colônia. Foi elaborado um plano urbano, traçando as ruas da futura cidade. Também foi construído uma igreja grande em lugar elevado, para os moradores católicos. Com o desenvolvimento mais rápido de Sapiranga, superando Nova Palmira, tornando-se assim o ponto central da região.

Em 15 de agosto de 1903, o progresso chegou à Araricá, com a inauguração da linha férrea que se estendeu até Taquara, trazendo grandes benefícios para a localidade de Nova Palmira (Araricá). Em 1922 surgiram os primeiros automóveis e por volta de 1950 começaram a circular as primeiras linhas de ônibus.

Araricá é uma palavra de origem indígena que significa bebedouro dos papagaios ou mato dos papagaios.

A palavra “ararica”, sem acento, é o nome popular de uma arara (Ara militaris), com predominância de cor verde, azul nas costas e na cauda, onde há mancha vermelha. Esta espécie de ave pode ser encontrada no México e nos países sul-americanos do Oeste, até o norte da Argentina. No Brasil é encontrada nas encostas (Arariquara ou Ararí-Caa, tradução indígena).

Anos atrás, era comum encontrar papagaios por esta região, pois na época das migrações das aves utilizavam as vertentes na encosta do morro Ferrabraz para beberem água pura e descansarem nas árvores, após dias de voo seguido.

A localidade recebeu este nome em 1944. Ainda hoje muitos perguntam se o nome correto é Ararica ou Araricá, pois na época o nome estava escrito na estação do trem sem o acento, fato que fez surgir a dúvida. O correto é Araricá, com acento agudo no último “a”.


Bailes de Kerb

Nas cidades de colonização alemã é comum a festa de Kerb, celebração realizada nas colônias colonizadas por alemães, em homenagem ao santo padroeiro da Paróquia.

Em Araricá, kerb ocorria no 2º domingo do mês de novembro. Antigamente, os preparativos iniciavam um ou dois meses antes, com a confecção dos vestidos para as moças e ternos para os rapazes. Eram 4 bailes no final de semana: sábado a noite, domingo de tarde e a noite e na segunda-feira. Para cada dia era necessária uma roupa diferente. Havia três salões de baile, que ficavam lotados, pois vinham pessoas de outras localidades. Os bailes iniciavam às 20 horas e eram animados por música de bandinhas.

Nas casas havia comida farta, pois era essencial atender bem os parentes que vinham para os festejos. Carneava-se o porco para obter-se o torresmo, as lingüiças, morcilhas e assados; faziam diferentes tipos de bolos, tortas e cucas, pois o café da tarde não podia faltar. Além disso, as compotas com doces de frutas caseiro.

Atualmente, o baile de kerb está sendo resgatado pelo grupo de idosos “Unidos de Araricá” e realizado no Centro Comunitário da Comunidade Evangélica do município.


Festa do Boi Carreiro
A Festa do Boi Carreiro ocorre anualmente no mês de julho, desde 2006. O evento é uma forma de comemorar o dia do colono, valorizando a agricultura da localidade e o trabalho dos agricultores.

Historicamente, desde a colonização de Araricá, o meio de transporte utilizado pelos colonos era a carroça, principalmente, para levar os produtos da zona rural (milho, farinha de mandioca, feijão, tarros de leite, entre outros) até a estação do trem, a fim de serem comercializados.

A festa inicia com desfile das juntas de bois, seguida de missa crioula e apresentações artísticas. Ao meio-dia é servido o “costelão” assado na vala. Há também a caça ao porco na lama e a Feira do Produtor. A cada ano o evento tem atraído um número maior de visitantes.


Festa das Azaleias

Araricá considerada a “Cidade das Azaleias” promove anualmente a Festa das Azaleias, desde o ano de 2000. Originou-se da iniciativa da Comunidade Evangélica que possuía a vontade de fazer um Baile da Comunidade, no mês de setembro, começo da primavera, quando as únicas flores encontradas na região eram as azaléias. Com elas, ornamentavam os arranjos. Vendo o sucesso desta iniciativa a administração da época, adotou a idéia e assim surgiu a Festa das Azaleias, que já chegou a ultrapassar um público de mais de 40 mil pessoas em sua última edição, assim o município adotou a flor como símbolo da cidade, se tornando conhecida como Cidade das Azaleias.

A Azaleia é relacionada à deusa Minerva, deusa da sabedoria e da razão; no Reino Unido houve uma época em que era comum as moças colocarem pétalas dessas flores em seus cabelos, sob seus chapéus de renda, na esperança de serem pedidas em casamento. As Flores Azaleias, também conhecida como Rododendro, são flores que se encontram nas diversas colorações: brancas, vermelhas, arroxeadas, róseas, simples, dobradas ou, até mesmo, listradas.




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